Atenção à Paciente

Não apenas em relação às doenças das mamas, mas na busca dos melhores resultados estéticos, acredito que a abordagem individualizada é fundamental. Porém, para que algumas de suas dúvidas sejam previamente sanadas, reforço alguns pontos de atenção sobre a Mastologia.

Quando procurar o mastologista

  1. Pacientes sem sintomas para o rastreamento de câncer
    Os últimos guidelines sobre o rastreamento do câncer de mama em mulheres assintomáticas (screening) demonstraram que a recomendação geral da mamografia anual é entre 40 e 74 anos. A mamografia é capaz de detectar alterações nas mamas muito antes de elas causarem sintomas. E é através da detecção de lesões mais iniciais que obtemos as maiores chances de cura.
  2. Pacientes com queixas estéticas relacionadas às mamas
    Para pacientes que procuram o Mastologista para conversar sobre queixas estéticas como mamas muito grandes, ptosadas ou mesmo muito pequenas, a consulta é o momento de avaliar cada caso através do exame físico e de uma conversa detalhada, que procura entender o estilo de vida de cada paciente para, então, propor a melhor abordagem cirúrgica.
    Algumas das principais cirurgias estéticas realizadas são: mamoplastia de aumento (colocação de prótese de mama), mamoplastia redutora, mastopexia com ou sem a inserção de prótese, lipoenxertia ou lipofilling (retirada de gordura de uma parte do corpo para ser enxertada nas mamas) e cirurgia de explante (retirada de prótese com remodelamento mamário).
  3. Pacientes que procuram reconstruir ou melhorar o aspecto das mamas após tratamento oncológico
    Existem várias técnicas para realização de reconstrução mamária. A reconstrução mamária é realizada sempre que possível no mesmo ato cirúrgico da mastectomia. Essa reconstrução se chama reconstrução mamária imediata. Mas, por razões específicas, nem sempre é possível realizar a reconstrução imediata. Por exemplo, no caso de tumores muito avançados, quando se está diante de casos com urgência para realização de tratamentos oncológicos pós-operatórios ou mesmo na falta de condições clínicas para realização de uma cirurgia de maior porte, a reconstrução pode ter que ser postergada para um segundo momento. Nesses casos de reconstrução tardia, existem diversas técnicas cirúrgicas que podem ser utilizadas individualmente ou em conjunto, buscando o melhor resultado estético e funcional para cada paciente – por exemplo: lipoenxertia ou lipofilling, uso de implantes (expansores e próteses) e retalhos miocutâneos.
  4. Frente à alterações clínicas relacionadas às mamas
    Um mastologista deve ser procurado sempre que houver alguma modificação nas mamas, tais como: palpação de um nódulo, saída de líquido pelo mamilo, alterações da pele das mamas, surgimento de uma assimetria entre as mamas. Também somos aliados do ginecologista nos casos em que as alterações surgem apenas nos exames de imagem da mama, podendo orientar e direcionar para a melhor estratégia de avaliação dessas alterações.

Nada substitui o exame físico

Nada, sobretudo a tecnologia da telemedicina ou dos equipamentos médicos, substitui o exame físico das mamas.

Assim como escutar, auscultar e observar, tocar o corpo do paciente faz parte dos fundamentos da Mastologia. Somente o contato é capaz de gerar no médico mastologista uma percepção sobre o estado de saúde do seu paciente. Portanto, os exames de imagem são complementares à nossa avaliação através do exame físico.

O toque, o olhar e a observação dos sinais do corpo sempre serão os primeiros passos para a investigação de doenças e formulação de hipóteses diagnósticas. Além disso, a consulta presencial importa na hora de orientar a solicitação dos exames que o paciente deve realizar.

Afinal, não são exames que dão o diagnóstico, mas o conhecimento médico apoiado pelos avanços da medicina.

Como me preparar para a consulta

Seja para investigar alguma alteração clínica ou para conversar sobre cirurgias reparadoras ou estéticas, é preciso prestar atenção em alguns pontos antes da sua consulta com o mastologista. Separei aqui aqueles que considero os principais:

  • Sempre trazer os seus últimos exames de imagem das mamas acompanhados das imagens desses exames;
  • Fazer uma lista dos medicamentos em uso (inclusive anticoncepcionais);
  • Se tiver em mãos, traga os seus exames de laboratório ou a chave do laboratório;
  • Não deixe de mencionar nenhum de seus sintomas e percepções em relação às mamas;
  • Venha acompanhada, sempre que possível.

Cuidado personalizado durante o tratamento das patologias mamárias

Durante as consultas, sempre digo isso: cada paciente é única e cada doença mamária se manifesta de forma diferente. Costumo escutar:

"Dra., aconteceu com uma amiga ou familiar desta forma, será que meu caso não é igual?"

Diante destes relatos, digo que a comparação com outros casos, além de angustiante, é, em geral, equivocada.

Com os avanços constantes da medicina, conseguimos categorizar os tumores em tipos e subtipos bem específicos, indicando tratamentos cada vez mais focados no que realmente funciona para o tipo tumor diagnosticado, caindo por terra o conceito de tratamentos padronizados. Por isso, a forma com que cada mulher enfrentará um diagnóstico de câncer de mama é única. Um bom exemplo é a preservação da fertilidade: enquanto isso pode ser ponto chave em um caso, em outro pode ser irrelevante.

No meu dia a dia como Mastologista, acredito que o cuidado personalizado gera maior probabilidade de cura. Buscamos, sempre em equipe multidisciplinar, propor a cada paciente o tratamento que melhor funciona e, é claro, com a menor toxicidade possível.

Como é o a recuperação após as cirurgias mamárias

Quando uma cirurgia é necessária, temos cuidados específicos que devem ser seguidos no pós-operatório. No caso de cirurgias menores, para a retirada de nódulos, por exemplo, em aproximadamente 10 dias a paciente estará apta a retomar a maior parte de suas atividades.

Para a recuperação das cirurgias estéticas, fatores como a necessidade de ressecção de pele ou a realização de lipofilling podem impactar no tempo dedicado à recuperação pós-operatória e nos cuidados que deverão ser tomados. Cada caso terá as suas particularidades.

Já, após uma cirurgia de reconstrução mamária com o emprego de drenos, temos que dispender mais tempo e mais cuidados no pós-operatório. Evitar molhar os curativos e manter o sutiã cirúrgico por período mínimo de 30 dias são alguns desses cuidados.

Estou sempre buscando maneiras de melhorar o atendimento e
proporcionar a melhor experiência possível para minhas pacientes.

Por isso, gostaria de pedir um pequeno favor:
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